Cara Vida, boa tarde. Fazia tempo que a ti eu não escrevia. E, verdade, há um bom tempo que eu não sabia mesmo qual era a sensação desse encontro. Perdoe-me o hiato. É que eu pensava que precisava estar holisticamente em equilíbrio para garatujar algumas modestas vivências. Decerto, equivoquei-me quando pensei que precisava de algum estado de alma para fazê-lo. Punivelmente errado. Bem concluí que minh’alma se embebeda todo dia, ainda que não de uma só vez, de todos os sentimentos que tomam o homem. Sinto amor ou ódio, alegria ou tristeza, esperança ou dúvida, coragem e medo, inveja ou altruísmo, ou tantos outros inerentes ao homem. Entendi que minha alma é de fases, mas que não preciso delas para convidar a tinta e a caneta para que nos debrucemos uns sobre os outros. Reconsidera meu afastamento, imploro. De quando em vez, algumas lacunas da normalidade são necessárias para nos devolver a consciência do que de fato somos e do que porventura possamos estar nos