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O MEDO DE SE TORNAR UM DISCIPULO


O meu orgulho, minha posição
A minha vontade de ser auto suficiente.
Tenho medo, tenho medos, tenho incertezas.
A minha filosofia, sempre foi a meu favor,
Os meus gostos, ah, os meus gostos.
Sinto-me tão bem vivendo-os.
Na verdade penso que não sei se poderia
Acostumar-me a modo diferente.
Tenho manias, tenho maneiras, tenho paradigmas.
Penso que se quebrá-los, estarei quebrando a mim mesmo por completo.
Sou o retrato, do ser humano mais exato,
Que confrontado com a verdade
Ainda tento me esconder detrás das minhas argumentações falsas.
A tua palavra, ah, a tua palavra me é cortante,
Porque é verdade pura, valor absoluto.
E tenho medo até do que ela revela em mim.
Tenho medo, tenho medos, tenho posses.
Possuo o meu jeito que querer do meu jeito.
Possuo a mim, e acho que me encontro nas minhas certezas.
Penso que sou feliz assim, meio do meu jeito.
A tua palavra, me é cortante,
Porque a tua verdade me incomoda.
E tenho medo de novas direções,
Horizontes desconhecidos, perdas absolutamente certas.
Tenho medo dos confrontos com os meus valores.
Tenho do que pensam, do que pensarão.
Tenho medo do que olharão.
Tenho medo da rejeição daqueles que me cercam.
Tenho medo das perdas
A tua verdade, ah, a tua verdade me mexe.
E tenho medo do que estou acostumado.
Medo de perder o controle, medo de soprar para qualquer lugar,
Medo de não saber onde vou sentar e encostar a cabeça,
Tenho medo de dar o outro lado da face,
Medo de aprender a perdoar.
A minha posição, o que tenho, o que sou, o que conquistei…
Tenho medo de ser humilde, medo de ser pequeno…
Escorre dentro em mim a guerra com tua verdade
E eu vou me perdendo dentro em mim agarrado ao que amo.
Sinto o medo em meu peito,
Medo de ser discípulo.
Medo de ser de Deus.

São Luís, 31.01.11

Jahilton Magno

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