"Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho; de maneira que as minhas cadeias, em Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os demais." Filipenses 1.12-13
Temos a enorme facilidade de perdermos o controle das nossas emoções quando estamos inseridos dentro de uma situação na qual não temos sobre ela o controle. Isso é típico do ser humano. É assim quando nos deparamos diante de uma emprego que não alcançamos; ou mesmo quando ficamos sabendo da morte de alguém próximo; ou de uma doença diagnosticada. Enfim, em qualquer dessas ou outras situações que afligem a alma, é muito normal sermos tomados de sentimentos ruins, pensamentos negativos, idéias contrárias e etc.. Somos invadidos por uma avalanche de sensações desconfortantes que causam em nós até mesmo desorientação emocional, espiritual, familiar, financeira. Isso acontece na vida.
A atitude contaria é que não é normal e é justamente a que espera Deus que aprendamos. Porque Ele não nos chama para a normalidade, mas para o reverso dos atos. Agir normal é agir segundo o curso do óbvio, do esperado, do já aguardado, do que já está projetado e desenhado. Quando há atitude conhecida de todos, não há surpresa, pois andar segundo as expectativas do mundo em tais situações é simplesmente estar perpetuando o estilo que nunca consegue ver vantagem nas possíveis e visíveis desvantagens. Agir nessa tendência, nessa perspectiva significa abortar lições, represar um mar de possibilidades para o aprendizado, para o novo, para a construção, para a própria vida, privando-se de encontrar-se com benefícios advindos das tragédias.
Não há infortúnio que não possa trazer ensinamentos; não há contrariedades que não venham com baldes de aprendizados, que, verdadeiramente, só podem ser assimilados dentro de tais circunstâncias. O grande desafio está não em contornar tal situação, mas contornar o meu coração em relação a ela. Que reações serão frutos dessas experiências? Este sim é o grande desafio, pois é sobre esse alicerce que está pavimentada a estrada do amadurecimento e do crescimento.
O apóstolo Paulo está deixando-nos o ensinamento: pense diferente, aja diferente, olhe diferente, assuma uma postura totalmente contrária àquilo que prejudicialmente está acostumando a viver. Esse é o benefício a ser aprendido, a ser assimilado, de modo que o discipulado está se cumprindo quando acha contribuição nos ocorridos tão indigestos da vida. O relacionamento acabou? O emprego foi perdido? Perdeu alguém próximo? Nada de sonhos ainda realizados? Quaisquer destas situações têm que encontrar em nossos corações vias de acesso que levem às contribuições aprendidas em Deus.
É extremamente importante que se possa saber compreender os fatos por uma ótica de Deus. É necessário viver assim em circunstâncias ruins e adversas, pois as crises e perplexidades estão para serem vividos a qualquer momento da vida. Saber compreender tais experiências como algo pertencente ao processo pedagógico divino é a lição que o Paulo nos deixa. E não basta apenas saber, mas saber se o que se sabe pode gerar benefícios, criar contribuições, servir de adubo para resultados crescentes e processos novos pelos quais é necessário viver no crescimento. O balde de aprendizados quer nos banhar a alma no ápice das ações dos nossos algozes, de modo que possamos nos limpar das atitudes normais e, assim, vestirmo-nos de ações e reações dignas de estarmos andando com Cristo e por Ele sendo transformados.
Paulo nos está deixando o caminho aberto para andarmos a lição dos proveitos, dos benefícios, dos resultados positivos, que nos advém quando exercemos uma postura correta, esperada e ensinada por Cristo. As intempéries, em Paulo, cedem lugar ao crescimento; são a própria matéria prima para ir além, descobrir novidades, superar crises, concretizar crescimento da vida, experimentar algo ainda não provado.
Os acontecimentos da vida de Paulo (sua prisão e sofrimento) geraram avanços na pregação do evangelho, no fortalecimento da fé dos irmãos, avanços em sua própria vida.
E na sua, o que as suas realidades estão causando? Avanço ou retrocesso?
NaquEle que transforma perdas em ganhos, apenas com uma atitude correta.
Jahilton Magno
São Luis, 24.03.11
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