João e João. O Centro Histórico de São Luís estava muito movimentado. Pessoas caminhavam de um lado a outro. A vida se desdobrava nesse vaivém necessário e contínuo. Olhos nem se cruzavam. Gente parecia nem perceber gente. Ambulantes, médicos, frentistas, advogados alunos, professores. Toda sorte de pessoas se esbarrava, sem que suas histórias sequer fossem conhecidas. João — talvez pedreiro, ou carpinteiro, ou motorista, quem sabe qualquer profissão —, na velocidade ou calmaria da sua vida, parou o passo, atentou para o chão, sob a sombra da árvore: viu um disjuntor. Isso, um disjuntor. Observou com calma. Fixou um pouco mais, abaixou-se e pegou. Sacudiu com cautela, como quem toma em mãos uma lâmpada mágica em busca de um gênio. Soprou. Tirou a poeira. Analisou se estava boa. Mas não poderia testar. Aproveitou para descansar, pois estava exausto e suado. O sol era escaldante. Ficou com aquela pequena peça na mão. O que fazer? Pensou estar perdendo tempo. Olhou de um