Hoje acordei bem mais cedo que o normal. Liguei a televisão e uma notícia me deixou muito reflexivo: uma mãe, após deixar a filha mais velha na escola, acabou esquecendo-se da mais nova dentro do carro, o que ocasionou na morte da criança.
Fato curioso é que a mudança da rotina diária seria uma das causas do ocorrido. Ela, mãe de família, trabalhava fora, era gerente em uma empresa. Um psicólogo entrevistado chegou a dizer que a competitividade da vida, da luta entre ter que ser mãe e profissional, também acarretou em tudo que veio a acontecer.
Não é de nos causar estranheza, que em nossos dias vivemos uma velocidade de rotina desenfreada, em quase tudo o que estamos fazendo. Trabalhar durante o dia, estudar à noite, ou o contrário. A vida, o corre-corre, as muitas tarefas, o bulício das nossas responsabilidades, a loucura sob a qual estamos subjugados, em função da competitividade da vida, a obsessão em ter, todas essas coisas levam- nos a uma correria adoecedora. Toda essa conjuntura leva-me mais uma vez ao Mestre dos mestres em viver uma vida sadia: Jesus Cristo. Em meio às lutas, às pressões da vida, aos afazeres diários, às responsabilidades sociais, ministeriais, em meio às duras batalhas na busca do cumprimento do desejo do Pai, cuidando até mesmo de atitudes infantis dos seus discípulos, Ele nunca perdeu a consciência da sanidade do descanso. Sim, não perdeu esse princípio.
O turbilhão cotidiano das nossas vivências individuais pode nos roubar esse refrigério tão necessário e sadio à alma que é o DESCANSO. Deus fez o mundo em sete dias, diz a Bíblia, e ao oitavo descansou. Isso é principio. Lição que o empresário de hoje, o médico, o trabalhador informal, a dona de casa, o estudante têm perdido ao longo de suas caminhadas para cumprir horários, honrar compromissos, alcançar objetivos.
Descansar é manter a sanidade em meio a quaisquer que sejam as truculentas batalhas que tenhamos que travar na vida. Descansar é aprender de Deus que a única coisa que o trabalho não intermitente causa é doença, é enfermidade no corpo, na psique; o que causa é esquecimento da manutenção dos laços afetivos que se tem; o que causa é o afastamento das doçuras da vida como um abraço carinhoso e amoroso na esposa, no filho, num parente querido; o que causa é um distanciamento da capacidade de sentir o que é tão simples, mas ao mesmo tempo tão delicioso ao coração. O trabalho ininterrupto, o descuido em deixar de valorizar uma parada como algo obrigatório para o próprio percurso da vida, não estabelece raízes na paz, no conforto da alma, na serenidade do coração.
Jesus deixou essas lições em todos os evangelhos, quando, mesmo tendo que atender a todos os aflitos, não deixou de atender a sua própria alma; tendo que ministrar a todos, não deixou de ministrar a si mesmo, estando ao lado do Pai, em oração, em descanso contemplativo da presença de Deus, em solitude que revigora a alma e serve como princípio para se viver sem as doenças do stress de hoje causado pelo corre da vida.
Reflita nisso.
Em Cristo, que ensina que trabalho e descanso devem trazer equilíbrio a alma.
19.11.2009
Jahilton Magno
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