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EM BUSCA DA VISÃO CORRETA


Hoje fiquei tomado pelo assunto sobre visão depois que li um status no facebook de uma amiga. Lá, fiz um comentário e como ela estava online no momento, começamos então a conversar sobre o assunto. Então, resolvi pensar e refletir sobre o assunto: VISÃO. A primeira chance que temos contato histórico com essa palavra é na bíblia (Gn 1.-4). Lá ela indica que o primeiro ser a VER foi Deus. Ao afirmar que a visão de Deus sobre o que construiu lhe foi agradável, no primeiro capítulo do livro de Gênesis,  não nos impede de concluir que, muito antes, Ele também teve a visão que o levou a uma ação: a de construir a luz. Deus viu que a escuridão não era boa, e consequentemente fez a luz. Essa é uma visão inspiradora.
Ver é algo tão particular. Posso ver sem pelo menos indicar a ninguém que vi o que quer que tenha visto. Uma visão pode ser algo guardado para si próprio até o fim da vida. Ou pode ser algo compartilhado com mais alguém, ou com uma família, ou uma comunidade, ou uma nação. Visão pode ser fruto da capacidade de enxergar além do que na verdade se apresenta. A visão pode ser concebida nas entrelinhas das apresentações dos fatos. Isso é capacidade intrínseca a homens e mulheres diferenciados pela sensibilidade. Há seres humanos que vivem nessa busca pelas condições de mudança. São homens e mulheres que tem faro, pois sabem que ter visão é automaticamente ter diante de si a porta para a ação.
Mas visão não se limita somente a isso, como escreveu minha amiga e assídua leitora deste blog: “Visão sem ação não passa de sonho; ação sem visão é só passatempo; visão com ação pode mudar tudo...”. Acrescento alguns comentários, nas poucas linhas que me cabem, aproveitando a definição acima, e tocando somente na afirmação: “ação sem visão é somente passatempo”. Para isso lembro-me dos discípulos de Jesus (Mt 14.22-36). Após algum tempo andando com o Mestre, tiveram uma experiência sobrenatural com Jesus. Quando estavam numa situação extremamente complicada que era uma tempestade pela qual passava embarcação deles, altas horas da madrugada, Jesus vem andando sobre o mar. Todos viram, assustaram-se, e disseram: é um fantasma. Disseram que Jesus era um fantasma. Visão sem correta interpretação, sem correto discernimento é visagem e a possibilidade de deixar de ver a glória de Deus.
A questão não é o que se vê, mas como verdadeiramente se vê o que se apresenta. Jesus não se apresentou de outra forma, mas como sendo apenas Ele mesmo. Porém, o medo e a impossibilidade de ver o tamanho da grandeza de Deus, criador dos céus e da terra, não puderam conceber na visão dos discípulos a pessoa de Jesus. Por quê? Porque a visão não era correta, não era possível fugir aos paradigmas já existentes. Quando isso acontece, torna-se visagem qualquer visão. Apresenta-se como visão, mas é interpretada como visagem.
Mas a bíblia e a vida nos mostram muitas outras situações sobre visão e visões que podem muito nos ensinar a olhar corretamente e evitar os problemas decorridos de uma visão distorcida. Há uma cura de Jesus que nos traz outra situação: um cego é curado (Mc 8.27-31) e logo a primeira visão que ele tem é de homens como árvores que andam. 
Logo em seguida Jesus completa a obra de cura da sua cegueira e lhe restabelece total e perfeitamente a visão. Outra situação extremamente peculiar foi a experiência do Apóstolo Paulo que foi arrebatado ao terceiro céu (II Co 12:1-4), mas não disse nada a ninguém sobre o que viu e ouviu da parte de Jesus.
No caso do cego, Jesus disse para que ele a ninguém contasse nada. Paulo afirma que não é lícito ao homem falar. Em ambos, as visões foram algo que mudou total e radicalmente suas vidas. A visão ou visões pode causar isso: um impacto para o resto da vida, desde que se saiba como se relacionar com o que se aprende com tais experiências. O cego certamente após esse episódio abriu os lábios para dizer o que Jesus lhe tinha feito. E o apóstolo aprendeu que a grandeza das revelações que lhe foram concedidas era para aprender que a graça do Senhor Jesus lhe bastava.
Nas quatro visões temos lições: Deus viu e agiu; os discípulos viram e não discerniram a sua visão; o cego viu e logo não compreendia o que via, via como que tortuosamente e era-lhe necessário mais uma ação de Jesus em sua visão; Paulo viu e aprendeu que mais importante do que o que se vê, ou do que se experimenta, é a graça de Jesus que foi concedida a todo pecador lá na cruz com o sacrifício do Filho de Deus.
Tem tantas outras talvez milhares de visões como exemplos na bíblia. Mas reflitamos sobre essas quatro visões: A VISÃO QUE CONSTRÓI E MUDA A REALIDADE; A VISÃO QUE IMPEDE DE VER CORRETAMENTE O QUE ESTÁ DIANTE DOS OLHOS; A VISÃO QUE PRECISA SER RE-ESCRITA, RE-DESENHADA, RE-FORMADA; E A VISÃO QUE GERA SUFICIÊNCIA SOMENTE NO PODER E NA GRAÇA DE DEUS.
Que nossas visões busquem estar se adequando a visão que Deus tem de nós e para nós.
NaquEle que tem uma visão correta de cada um de nós e quer nos ensinar isso.
Jahilton Magno
São Luis, 20.09.11

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