Pular para o conteúdo principal

O DESAFIO DE SER LEÃO E SER CORDEIRO



É muito fácil poder distinguir dois seres totalmente contrários em suas naturezas: o Leão e o Cordeiro. Ao olharmos para o leão, vemo-lo como nos foi passada a sua imagem desde a infância: “Rei da Selva”. Olhamos no leão um ser voraz, forte, sem medo, dono de si, capaz das maiores proezas. Vemos no leão velocidade, táticas, estratégias, coragem. Ao passo que no cordeiro, vemos a calma, a tranqüilidade, a melodia harmoniosa no andar, a suavidade do pelo, a singeleza da cor, a fragilidade do seu balido, a inocência da sua face. Enfim, notamos no cordeiro características muito distintas do leão. Essas duas contrárias naturezas, totalmente antagônicas, vez por outras são exigidas em nossas caminhadas como pessoa, como amigo, como pai, como esposa, como namorado, como crente ou mesmo como descrente. Não importa qual situação estejamos inseridos, temos dentro de nós um pouco de leão e um pouco de cordeiro. Mas saber que carregamos leão e cordeiro em nós parece ser meio incompreensível e meio complicado de entender. No trânsito diariamente carregamos um que parece que na verdade deixa claro que nem existe o outro. Qual é? O leão? Ele mesmo. A sociedade parece que já sai de casa vestida de leão desde o momento em que pega na chave do carro e, ao lembrar que tem um percurso a fazer (de casa para o trabalho, ou para a escola, ou para a faculdade, enfim), as garras do leão, suas presas e principalmente seu rugido se evidenciam numa proporção que às vezes chega a situações incontroláveis e inexplicáveis. Em casa, os sentimentos e os ânimos estão tão à flor da pele que papai, ou mamãe, ou marido, ou esposa, ou filhos não precisam falar qualquer coisa que o leão rouba a cena - já sabemos o fim das histórias: patadas para todos os lados. Não se torna diferente no trabalho, na escola, na faculdade; na rua em que moramos quando não fazemos isso, somos vítimas dos leões tão ferozes que andam sobre duas pernas e ainda dizem que pensam. Ou seja, na maioria das vezes somos leões quando deveríamos ser cordeiros.
Por outro lado, há momentos em que somos cordeiros quando na verdade deveríamos ser leões. A corrupção em nosso país toma conta das estâncias do estado; a violência se multiplica alarmantemente; o número de drogados cresce a cada dia; mais e mais famílias sendo destruídas e crianças sofrendo porque o casamento já não é mais algo válido, nem prazeroso, nem instituído de valor pelo qual se deva ou se possa querer a sua continuação; enfim, se eu fosse enumerar fatos reais, esse blog seria incapaz de servir para este fim. No entanto, sabendo de tudo isso, temos tido uma atitude de cordeiro porque aceitamos e assistimos de forma culposa e paciente, quando na verdade deveríamos ser leões, rugindo contra tudo isso.
O que quero levar em consideração é que temos sido leões em momentos errados; e somos cordeiros também em momentos inoportunos. Quero dizer que Deus está nos chamando para sermos LEÃO E CORDEIRO EM MOMENTOS CORRETOS. Quando as situações assim exigirem de nós, devemos sê-los. Esse é o desafio. Esse é o equilíbrio.
Ele quer que sejamos leões para enfrentarmos o inimigo de nossas almas; quer que sejamos leões para lutar contra o pecado que está dentro de nós; quer que sejamos leões para lutar pela salvação da nossa família; quer que sejamos leões para não nos dobrarmos diante dos ídolos disfarçados, como o dinheiro, da sexualidade sem limites, das drogas que destroem e matam; quer que sejamos leões para lutar pelo bem estar da nossa família; quer que sejamos leões para enfrentar os desafios que diariamente se nos aparecem; quer que sejamos leões para defender a causa de Cristo e, como Ele, irarmo-nos em santidade, quando a obra de Deus está sendo feita como que a facão.
Assim, também somos chamados a ser cordeiros: quer que sejamos cordeiros quando zombarem de nós porque fomos feitos filhos dEle; quer que sejamos cordeiros quando nos odiarem por motivo torpe; quer que sejamos cordeiros quando levantarem falso testemunho contra nós sem que em nós haja verdadeiro motivo para tal; quer que sejamos cordeiros para aceitarmos a sua vontade; quer que sejamos cordeiros para aprender a ser guiados pela sua voz; quer que sejamos cordeiros quando nos baterem num lado da face; quer que sejamos cordeiros para amarmos aqueles que nem sequer gostam de nós; quer que sejamos cordeiros que são comprometidos com o Pai e com o Seu Reino.
Deus quer que sejamos Leão e Cordeiro porque Jesus soube ser ambos e os foi com a sabedoria do Pai. Jesus é o Leão da Tribo de Judá e o Cordeiro Santo de Deus, através do qual os pecadores são perdoados. É para isso que Deus nos chama, pois não adianta ser cordeiros sempre em momentos errados e perder, ou ser leão a vida toda e perder a vida eterna.

Naquele, que sabiamente nos ensinou o caminho do equilíbrio através do Seu exemplo.
Jahilton Magno

Comentários

Postar um comentário

VOCÊ FOI EDIFICADO? DEUS FALOU AO SEU CORAÇÃO? FAÇA UM COMENTÁRIO PARA QUE OUTRAS PESSOAS SAIBAM!

Postagens mais visitadas deste blog

LEVOU-ME À SALA DO BANQUETE, E O SEU ESTANDARTE SOBRE MIM ERA O AMOR.’

‘LEVOU-ME À SALA DO BANQUETE, E O SEU ESTANDARTE SOBRE MIM ERA O AMOR.’ Cantares 2.4. Quando me lembro de banquete, penso em muita comida, pessoas especiais, comida especial, pratos especiais, alegria, sorrisos, comemorações, união, amor, oferta do melhor, muitos convidados... Tudo que se sabe e o que se pensa sobre toma conta de mim ao me recordar de um banquete. Primeiro que até a sala é um local especial, é diferenciado, é único, provido de uma série de ornamentos e muito mais ornamentado ainda em ocasiões especiais. A sala de banquete é local de celebração, de cumplicidade, de troca, de esquecimento de dores, de gozos, de festividade mesmo. O texto nos remete para esse quadro, onde o que existe de melhor é oferecido e degustado não somente no sentido palativo, como também em sentido físico e palpável. Ou seja, em sentido completo. O banquete é completo, não pode agradar somente aos olhos, ao paladar, ao olfato, mas tem que agradar pela sua inteireza e completude. É esse banquete do

A SARÇA ARDENTE - ALGUMAS LIÇÕES

FAZIA TEMPO QUE EU NÃO ESCREVIA EM MEIO ÀS LÁGRIMAS    Será que Moisés, na é poca com mais de quarenta anos, nunca havia visto uma sarça sendo consumida pelo fogo? Creio certamente que sim. Nã o apenas uma, nem duas, mas  incontáveis vezes. Entretanto, nunca tinha visto Deus numa sarça em chamas. Quando a graça se faz presente, o que é tão frívolo e tão corriqueiro toma nuances  do Eterno, há  celestialidade , há vida. Uma simples sarça é agora um elo entre o profano (eu) e o sagrado (Deus). Quando Deus se faz presente, ou mesmo quando nos deixamos perceber da Sua presença, o não notável toma formas de obra de arte, o inaudível assenhora-se de sinfonia, o invisível, se apresenta com pinceladas de artista, com ares de poesia.    A simples sarça, tão comum no deserto do oriente, não apenas se desmancha no calor tão escaldante da região, mas agora queima, porque em Deus o óbvio se desconserta, e as páginas da história de vida se  re-encaminham  na direção do alto. A simpl