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A NOBRE ARTE DE SER FOCADO



“Sabendo Jesus que pretendiam proclamá-lo rei à força, retirou-se novamente sozinho para o monte.”
Jesus sempre vai ser exemplo de determinação para quem quer um. Não somente por ser filho de Deus e ter a maior das missões e o maior objetivo que possa existir sobre a terra, que é a de redimir a alma humana e conseguí-lo com sua morte na cruz e sua ressureição, mas pela forma como Ele alcançou seu objetivo. A vida de Jesus é um exemplo vivo de princípios de determinação, perseverança, objetividade.
Esse exemplo fica-nos como um alto padrão que deve ser buscado. Lembremos que as piores pressões psicológicas eram vividas por Jesus, ao passo que Ele buscava fazer a vontade de Deus. Mas sempre deixava claro: “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” João 6.38. Em suas constantes recordações sobre a missão, Ele já nos deixa um princípio: é impossivel continuar uma caminhada em busca de um objetivo sem que não se esteja colocando o foco sempre presente e sempre diante dos passos. Não se pode continuar a caminhada esquecendo-se que existe um foco, um ponto definido, claro e reverberando diuturnamente na mente. Ele disse ‘eu desci do céu para’. Existe uma finalidade; ele anda os passos da sua vida de forma inabalavelmente centrada, com idas e vindas pré-determinadas.
Porém, isso não se dá na gestação da facilidade, não se constrói nos compassos da inoperância, não se delineia nos aplausos, não se borda com linhas da incompetência e da inércia. Pelo contrário, manifesta-se dentro das piores possibilidades possíveis, pois tão alto foco e tão divino projeto somente seria verdadeiramente concretizado nas entrelinhas dos desafios. E um dos maiores (quem sabe o maior deles) seria esquecer o essencial diante de uma situação onde haveria a possibilidade pela troca com o trivial.
Sim, quando nos colocamos focados na luta por algo, não são poucas as circunstâncias em que nos depararemos com situações de extrema delicadeza. Foi dessa forma com o Mestre dos mestres. Ele acabara de realizar um milagre. Logo após o povo saber disso, buscaram-no para fazê-Lo rei. Mas Ele, sabendo disso, retirou-se. Uma outra carcterística que Jesus nos ensina é que quem está focado não perde a sensiblidade de perceber que existe uma discrepância entre o que se busca como objetivo e o que se apresenta como objetivo. Jesus buscava fazer a vontade do Pai e sabia que, ao fim do seu triunfo, seria coroado Rei dos reis. Mas ele não perde a sensibilidade que discerne o que é vontade de Deus e o que nao é. Quando se está focado, entende-se o que é louvor de Deus e louvor dos homens, diferencia-se o que é efêmero do que é eterno, o que é essencial do que é trivial. Quando se está focado há um discernimento que leva a saber que a hora da solidão é divino quando a multidão parece direcionar o contrário. 
Não existe negociação, nem barganhas quando se sabe onde se quer chegar. Jesus já havia passado por isso na tentação do deserto, mas ali, mostrou também que, quando se está centrado em um objetivo, encontra-se sensiblidade para compreender as propostas tanto do diabo quanto da própria vida que se chocam com os propósitos pelos quais se está lutando.
Trata-se de um assunto que ainda existem muitos outros princípios, mas eu quero terminar enfocando esses dois:
1 – Não  caminhemos em busca de um objetivo sem estarmos diuturnamente lembrando para qual direção estamos indo, pois durante a caminhada não faltarão ventos que queiram levar os nossos barcos para quaisquer outros rumos;
2 – Quando estamos focados, é possível manter a sensibilidade aguçada para perceber quando o barco está tomando um vento contrário aos objetivos traçados lá no início da navegação.
Que Deus possa nos ensinar isso na nossa caminhada. Que possamos aprender com Ele que existe louvor, e honra, e glória para aqueles que estão focados no propósito de fazer a vontade de Deus.

NaquEle que andou perfeitamente o caminho que Lhe estava proposto, amando o Pai acima de tudo.

Jahilton Magno

São Luís, 26.08.11

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