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HOMENAGEM A SÃO LUIS - POR JAHILTON MAGNO






HOMENAGEM A SÃO LUIS - POR JAHILTON MAGNO


Ilha, querida, Ilha

Tua terra é mais um pedaço da beleza de Deus que pelo mundo está estendida.

Essa terra rodeada de tão grande beleza, tuas praias, tua história, tua cultura,

Tua gente, tua luta, tua literatura, teu valor.

Ah, São Luis, minha terra amada.

Em ti, escolheu Deus que eu me encontrasse com o mundo.

Tua física, tua geografia, foi aqui onde abri os olhos,

E, percebendo-me gente um dia, vi-me como parte de ti.


Sob teu sol tão vivo, banhei em praias tão lindas e tão peculiares.

Os ecos de tuas batalhas que não se perdem no tempo 

Ficam como lição de um povo que no passado 

Fez-se arredio ao pulso da coleira dos colonizadores.

A gana de liberdade se mistura à gana de viver.

Ah… 400 anos.

Embora o tempo, não sei se comemoro ou lamento.

Comemoro tua história de insatisfação para com tua realidade,

Mas lamento o teu momento,

O descaso com que te abraçam,

A indiferença com que te cumprimentam,

A infidelidade com que se relacionam contigo…

Ah, São Luís, não sei se sorrio ou choro, 

Há um misto de dor e alegria dentro em mim.

Rio em mim tua beleza,

Rio em mim teu patrimônio,

Rio em mim os teus mangues,

Rio em mim o teu legado,

Rio em mim teus casarões,

Rio em mim teu pôr-do-sol.

Embora as razões de alegria,

Também choro em mim, teus políticos,

Choro em mim tua pobreza, 

Choro em mim tua corrupção,

Choro em mim tua falta de estrutura de grande cidade,

Choro em mim tua cultura desprezada,

Choro em mim tua falta de amor a Deus,

Choro em mim tua perdição em desconhecimento de Deus,

Choro em mim ver quem pode fazer,

 Nada efetivar na direção do progresso e do bem comum.

Ah, São Luís, tua história tem 400 anos anos de mais de 400 mil estórias

Que se perdem no desconhecimento da história.

E em meio a essa data tão significativa,

Vejo-me meio que perdido na indecisão:

Não sei se ergo um cântico de louvor ao Pai em gratidão 

A tua existência e minha existência dentro em ti;

Ou se ergo um clamor de ajuda pela misericórdia do Altíssimo,

Pois te vejo necessitada, desnuda, desamparada, desnorteada,

Embora tua imponência construída ao longo da tua existência.

Ah, minha terra que tem palmeiras, onde canta o sabiá,

Em meus ouvidos ainda clamam os gritos por mais justiça.

O reggae que embala as festas,

Desconhece a rítmica que os passos da desonestidade aplicam à sociedade.

Os folguedos em tua homenagem, abrilhantam a noite, 

E escondem os uivos de dor do descompromisso para com teus idosos.

As cancões entoadas em teu louvor neste dia,

Não servem para embalar o sono dos que perecem por falta de cuidado.

Ah, minha querida Ilha do Amor,

Desejo-te que o amor do verdadeiro e único Deus te inunde de graça,

Invada não os teus casarões, mas os corações,

Reconcilie tuas relações, 

Forme caráter em teus políticos,

Crie em tua igreja de Cristo amor por ti, mas amor que salva.

São Luís, se te choro ou te comemoro, não sei.

Mas sei que deveras tu és especial,

Pois foi aqui que me encontrei com a vida, 

Foi aqui que me encontrei com Cristo.


Jahilton Magno

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