Há umas duas
semanas, mais ou menos, estava treinando com amigos na belíssima praia do Caolho – muito mais perto da praia do Olho D’água que da própria praia do
Caolho – quando, de repente, fui tocado pelo Espírito Santo para prestar atenção às
dunas que ali estavam formadas. Tínhamos treinado nela dois dias antes. Neste dia, fomos fazer o mesmo circuito feito
anteriormente e, após algumas duas passagens pelo percurso, já cansado, olhei
para as dunas e percebi que elas já não eram mais as mesmas. Então, algo me
chamou a atenção: as dunas nunca mais seriam as mesmas. Parece muito simples, e
o é realmente.
A vida segue o
mesmo rumo. Ela nunca será a mesma do dia anterior. Sempre sofrerá
metamorfoses. Umas, extremamente agradáveis de serem vividas; outras, nem tanto; umas
alegremente deliciadas com sabor de quero mais e desejo que sejam imparáveis;
outras, digeridas como ácido, com gosto de que ‘passem logo’, de tão ruins que
são. Esta é a vida: ela vai se moldando a cada dia de uma forma, onde muitas vezes,
nem mesmo temos a opção de escolhas das mudanças e dos rumos. A vida é como uma
duna, onde o vento a move de lugar dia a dia, momento a momento, segundo a
segundo. A vida sofre dessa ininterrupta variação de fatos. O que não existe
vem a existir; o que existe vem a não existir como que num passe de mágica, e
essas transformações, em muitos casos, são dolorosas, traumáticas em alguns
momentos; em outros, podem ser causadoras de festividades na alma e de
impressões que ansiamos fossem eternas.
É como uma lei
da qual ninguém pode fugir: as transformações são inerentes à vida, são fatos
incontestáveis, como o é o nascer do sol todos os dias. Mas o que mais me
intrigou não foi apenas essa imutável certeza da fugacidade da vida em seus
processos de existência. Mas aprender a lição ‘do que aprender’ coma as transformações
pelas quais a vida nos faz passar. Sim, o que as transformações fazem da nossa
alma, do nosso coração, da nossa existência, da nossa capacidade de pensar, da
nossa forma de ver o mundo, das nossas relações, e das relações que temos com
tudo que nos envolve, sejam pessoas, sejam coisas. O vento muda as dunas a todo
momento, faz nelas variações as mais inimagináveis. O vento forma, ou deforma;
constrói, ou desconstrói; aumenta, ou até mesmo diminui; junta, como pode
espalhar; fortalece, como também enfraquece; o vento sugere e causa um tanto
elevado de coisas nas dunas. Em alguns momentos causa estranheza, em outros
causa perplexidade; já em outros desperta beleza aos olhos.
É nisso que
fico a pensar: o que os ventos têm causado nas dunas da minha vida? O que têm
feito de mim e comigo? O que têm feito das minhas relações? O que têm causado
em meus relacionamentos? E que tipo de vento tem invadido a minha causando
transformações? Têm sido elas favoráveis à minha vida? Ou completamente desfavoráveis,
causando em mim não crescimento mas retrocesso? A minha vida é como uma duna
que não pode se desviar do vento, mas parece que em momentos específicos da
minha existência os ventos que vivem e insistem a soprar não são abençoadores,
nem causadores de desenhos artisticamente pincelados com alegria e prazer em
minha alma. Não obstante é vero olhar para a vida dos outros e perceber que os
ventos por lá de bonanças são formados e construídos. Isso machuca e às vezes
emudece os cantos, inflama a alma de sentimentos revoltosos, desmotiva a
corrida, desencoraja e entristece o peito. Parece que vamos percebendo que as
nossas dunas estão se esvaindo diante dos ventos, que mais parecem tempestades
como aquelas dos desertos africanos ou do oriente médio. A gente vai se vendo
em perda, em desapontamento e decepções, mais em lágrimas que em sorrisos, mais
em desapontamentos que em vitórias. Mas muito mais que perceber isso, o
importante é como estou me percebendo e reagindo a isso. Esse é o desafio da
vida. Não é se os ventos estão soprando e mudando dia a dia momento, momento a
momento, mas que desenhos estão fazendo em nossa alma; que formas ou deformas
estamos deixando que eles façam ou desfaçam.
O desafio da
minha alma não é me opor aos ventos – isso é impossível –, mas não me deixar
ser desenhado e formado às adequações que eles querem impor em mim. Muito mais
sabendo que o molde e a fôrma que eles querem inculcar em mim são opostos aos
que Deus tem para minha vida. Que ventos têm soprado sobre tua vida agora?
Ventos que sopram o descompromisso àquilo que Deus espera de ti? Ventos que te
direcionem a uma vida sexual promiscua e desativada da atividade de Deus?
Ventos de uma perpetuação de falta de perdão para com alguém que te magoou e te
decepcionou grandemente? Ventos de falta de responsabilidade com a tua família e
tua esposa? Ventos de desencorajamento diante de uma aprovação em um concurso
que ainda não chegou? Ventos de julgamento para com a pessoa de Deus, pois uma
porta aberta de emprego nunca se concretizou? Ventos de desespero porque o
coração está há tanto esperando por alguém que parece nunca chegar para
completar vazios? Ventos de profunda tristeza pela perda de alguém próximo? Ventos de desvinculação ao padrão e ao chamado de Deus para
uma vida de santidade e de enfrentamento das modas mundanas que vão ao encontro
do padrão deixado pelo Senhor? Que ventos têm soprado e o que eles têm causado
na tua alma e na tua vida?
Reflita nisso.
Que o vento do Espírito Santo de Deus sopre em seu coração a fim de que possa
pincelar quadros maravilhosos de esperança, retidão, amor, perdão, de motivação
para buscar uma carreira abençoada, uma família alicerçada na palavra, amizades
construtivas e façam de ti e de mim pessoas que refletem o amor reconciliador
que está na pessoa de Jesus Cristo. Amém.
NEle, que espera que os ventos do mundo não tomem o lugar do vento do Espírito Santo.
Jahilton Magno
São Luís, 05.09.12
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