Nunca foi fácil lançar-se aos desafios, principalmente quando não se tem muita coisa palpável e visível no que diz respeito à certezas e recursos em mãos. Pois o medo do desconhecido é inerente ao homem, como também lhe é ainda que uma fagulha de vontade de conquistas. Mas o que o leva a lançar-se aos desafios da vida, ou mesmo deixar de fazê-lo?
Quando penso em fé, vem-me a mente muito mais do que eu tenha aprendido praticando-a, lendo sobre ou ouvindo das pessoas que a experimentaram. Logo, vejo-a não apenas como um dos alicerces da vida, mas como a própria sobrevivência. Sim fé é sobrevivência. Sobrevivência das minhas certezas, sobrevivência dos meus sonhos, da minha família, do meu ministério, ou de tudo aquilo que eu tenha como objetivo na vida. Torna-se relevante quando penso na própria conceituação do que significa SOBREVIVER. Segundo Aurélio “é continuar a viver, a existir após outras pessoas ou outras coisas; escapar, resistir; superar.” Viver e sobreviver, isso está ligado à fé.
Porque afirmo isso. Porque é impossível dissociar a vida da fé. O instinto natural pelo desejo de viver está enraizado no coração humano. É esse desejo que nos mantém vivos, é esse desejo que nos move dia a dia, é esse desejo que nos mantém firmes na busca de algo, é ele que nos direciona rumo às nossas conquistas e nossos anseios. E para que isso aconteça é necessário ter fé. Necessitamos acreditar em algo pelo qual lutamos. É necessário lançar-se ao desafio da sobrevivência e para fazer isso tem-se de ter agregado dentro de si a fé. Fé é isso: atirar-se na aventura da busca por algo que se almeja, tendo como única certeza a consciência de que isso vale a pena. Nesse momento, o medo se dissipa e tudo o que se consegue enxergar é o propósito da luta.
Luta pela sobrevivência. Foi isso que moveu Rute quando ela disse a sua sogra Noemi que iria catar espigas. E, partindo, a versão da Sociedade Bíblica Britânica diz que “a sorte a levou à parte do campo”. Ter necessidade de viver, de ainda construir em vida, levou Rute ao desafio de ir. Ela somente foi. Ela não sabia em qual campo iria catar espigas, mas sabia que tinha que ir. Ficar parada era a morte. Ir, pelo menos criava em seu coração esperança. Sim, a esperança da mudança, a esperança do novo, da concretização. “Então ela foi”. Talvez o que nos falta muitas vezes seja esse então foi como parte inicial de um processo de conquistas e de alterações na nossa história. O comodismo nos toma e nos arranca a esperança e a fé e a única coisa que nos faz enxergar são as complicações e barreiras que nos separam daquilo que é nosso objetivo.
Continuar a viver, a existir após outras pessoas ou outras coisas foi a mola propulsora de Rute. Mas é bem verdade que às vezes é cômodo demais ficar onde se está e não correr riscos, porque o conforto da estagnação é bem mais fácil de ser respirado que os ares do desbravamento na busca de sonhos.
Termino exortando você: então vá, dê o primeiro passo, vá em busca das suas espigas, lance-se ao desafio, mesmo não observando nada de concreto, palpável ou visível; inicie uma caminhada, pois a sobrevivência de algo que lhe é importante está em suas mãos.
Alegro-me em Deus que me faz acreditar nEle mesmo não vendo-o, embora as circunstâncias muitas vezes me joguem contra essa certeza, porque Ele sabe que eu preciso viver e sobreviver e o quanto é necessário isso pra minha vida.
Jesus Cristo, que diz que feliz aquele que não vê mais crê, a Ele a gloria pelos séculos dos séculos.
Jahilton Magno
São Luís,
05.01.09
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