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Mostrando postagens de 2020

CRESCIMENTO POR MEIO DE CONTRATEMPOS

"Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho; de maneira que as minhas cadeia s, em Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os demais." Filipenses 1.12-13 Temos a enorme facilidade de perdermos o controle das nossas emoções quando estamos inseridos dentro de uma situação na qual não temos sobre ela o controle. Isso é típico do ser humano. É assim quando nos deparamos diante de uma emprego que não alcançamos; ou mesmo quando ficamos sabendo da morte de alguém próximo; ou de uma doença diagnosticada. Enfim, em qualquer dessas ou outras situações que afligem a alma, é muito normal sermos tomados de sentimentos ruins, pensamentos negativos, idéias contrárias e etc.. Somos invadidos por uma avalanche de sensações desconfortantes que causam em nós até mesmo desorientação emocional, espiritual, familiar, financeira. Isso acontece na vida . A atitude contaria é

GANGORRA

Nem percebia que estava cá em baixo. Aqui, tudo era tão normal. Envolvida, minha vida se impregnava de outras vidas. Nada diferente de tantas outras. O ar respirado era tão apropriado, tão adequado à minha necessidade de ter vida e fazer da vida um tempo para tudo que me era permitido. Meu corpo já estava ambientado até mesmo às mudanças. Passado, presente e futuro, de tudo minha alma era envolvida. Eu era um tecido do mais puro linho que a vida pode produzir. Meus elos... Ah, meus elos se entranhavam de outras pensantes e carregavam, sobretudo,  um pouco de cada um, em medida possível. Não nos foi dada a capacidade de ser um Hércules, a ponto de erguer vestígios em grande escala de todos que se nos apresentam na vida. Quisera até fosse. Embora essa deficiência  —  se é que posso ver assim  — , a normalidade cá em baixo, na superfície do relevo das experiências que todos vivem, eu ia caminhando normalmente, tendo os sustos de todo mundo e tantas quantas fossem as alegrias e tris

DESCULPAS - O encontro doloroso com a realidade.

DESCULPAS - O encontro doloroso com a realidade. Olá, digníssima Vida. Hoje talvez nem tenha vindo escrever. Deu-me mais vontade de chorar do que registrar sílabas sobre minhas reações ao funcionamento da vida. E, ainda assim, se somente chorasse sobre o papel, enviá-lo-ia, úmido da minha dor. Andei me recordando de alguns infortúnios. Mas tenha calma, nada que causei a alguém ou que venha a ter prejudicado a outrem. Digo desse prejuízo material do qual estamos acostumados a ver no desenrolar da vida. Não, nada disso. Mas não são coisas do passado?  —  me indagas. Sim. E o que fazer se o passado parece não passar e mais próximo se encontra quando recosto a cabeça ao travesseiro? E não somente nesses momentos. Aplaca-me o peito uma dor funda quando também vejo algumas vidas com as quais mantive contato noutra época. Assim como também me avilta o íntimo ver que o hoje poderia ser diferente. Sim, diferente. Por que?  —  me perguntas. Tem a ver com decisões, com falta de reflexões e

SOBRE A PALAVRA E O SILÊNCIO

A PALAVRA E O SILÊNCIO  Estimada Vida, olá. Sou alma. Por isso escrevo. Tenho uma imensa necessidade de me manter conectado com a vida. Outras vidas. Em mim, arde um bulício de dialogar com outros corações. Aquela conversa franca, desprovida de arranjos ou liturgias. Aquela que brota da simplicidade e na simplicidade. Para isso, letras vão ajudando na medida do possível, pois há momentos que não conseguem. Palavras, aqui e ali,  entristecem-se e me dizem que há emoções e sentimentos sobre os quais a elas é possível somente ficar apreciando, mudas. Entende quando as palavras ficam mudas? Sabia que elas falam e calam. Preciso desses dois momentos delas. A minha alma necessita ser fala e ser silêncio. Tudo a seu tempo certo.  Aprendi a me comunicar, cara Vida, na evocação do ato da linguagem. Em momentos, por meio de sons; noutros, apenas com o olhar; noutros, de olhos fechados, noutros, com lágrimas, noutros, respirando o sonho, noutros, recordando coisas e pessoas. Quando escre

A Construção do Texto

Texto 1: Ela andava descalça. O chão estava frio e a areia era densa . Texto 2: Pisava o chão. A areia estava fria. Seus pés, descalços, abraçavam a terra e naquele momento havia uma identificação com o lugar." Aos meus alunos de produção textual, aí estão dois exemplos claros que fiz, mostrando que se pode dizer a mesma coisa de duas ou mais maneiras diferentes. No primeiro, de forma mais clara e direta; no segundo, o uso da prosopopeia (figura de linguagem usada para tornar mais dramática a comunicação, atribuindo vida e sentimentos humanos às coisas inanimadas) faz com que o período se encha de significado e se envolva de beleza estilística, permitindo ao leitor um panorama receptivo diferente. Portanto, ao lerem os grandes construtores (Machado, Eça de Queiroz, Graciliano, Julio Cortazar, Dostoievski, Clarice Lispector, Raquel de Queiroz, Cecilia Meireles, entre outros) percebam a sensibilidade de como é empregada a palavra para dar significado, beleza e r

O MICRO, O MACRO E AS MUDANÇAS NA VIDA

Os nossos últimos dias sofreram mudanças inimagináveis. As rotinas foram abaladas. As relações precisaram se reconfigurar. Os trabalhos se redesenharam, isso quando possível, porque muitos até necessitaram parar. Amizades sentiram o choque. Os abraços tornaram-se chances de morte. Nas escolas, deixaram de ser ouvidos os gritos tão normais em horários de intervalo entre uma aula e outra. As ruas agora se encheram de um vazio silencioso e uma atmosfera de medo e desesperança tomou nossa nação. O sentimento que rodeia os corações não é o de folguedos, como há pouco no carnaval. Músicas pelos quatro cantos do país já não se ouvem. Tudo sofreu um abalo inigualável. A alegria do brasileiro, tão conhecido pelas suas festividades, suas comemorações, seus cultos, seus churrascos de final de semana, seus jogos de futebol em todo o território, suas baladas, suas baterias, suas festas de forró, funk, reggae, brega, calypso, sofreu transformações. Enfim, alguma coisa alterou o curso da vida num

SE CHOREI OU SE SORRI, O IMPORTANTE É QUE A VONTADE DE DEUS EU VIVI!

Qual será a maior decepção de um homem? Será um termino de casamento? Será uma relação na qual se acreditava que iria durar por toda uma vida? Será a frustração de não encontrar o nome numa lista de aprovados de um vestibular ou concurso? Será a decepção da perda de alguém que tanto tão próximo? Será ver uma pessoa nos trair, quando na verdade nela foi depositada toda confiança e em quem foram investidos tempo, dedicação, oração, verdade, sentimento? Qual seria a maior decepção do ser humano? Talvez muitos poderiam encontrar numa dessas perguntas a resposta para conceber dentro de si a certeza de que, em uma delas, estaria a sua. Lembro-me da letra da música de Roberto Carlos que nesta manhã muito chamou minha atenção: se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi . Existe uma verdade nessa letra muito interessante: na vida, qualquer um, independente do que seja, viva ou faça, vive emoções. Isso não muda para ser humano nenhum. Sadan Hussein, independente do que ten
Laços   A vida se tece nas estruturas dos laços. Crescemos construindo-os e desenvolvemos histórias intensamente ao longo da nossa caminhada em função deles. Assim, uns nos são apresentados que gerarão, em nós, marcas benéficas, profundas; outros, farão nossa estrutura carregar sinais e dores que eternamente serão sentidas. O certo é que os laços são parte indispensável à vida. Com alguns, sorrimos, eternizamos fatos e momentos que trarão em nós lembranças sempre leves e satisfatórias, cuja certeza de tê-los vivido fincarão raízes insubstituíveis, inesquecíveis. Esses geram prazer na alma e se constroem na poesia do abraço, na magnitude do olhar, no aconchego da preocupação com o outro, no acolhimento do perdão redirecionador, na solicitude da mão estendida. Por outro lado, há os que se desconstroem, infelizmente, na desconfiança, na mentira, na arrogância, na ambição. Esses também se registram fortemente, e, de acordo como cada pessoa lida com eles, podem efetivar sequelas danosas
Impressões Tenho a impressão de que o que deixei de mim no tempo Fez de mim homem incompleto. Se hoje sou o que sou É resultado dessa perda. Penso assim porque na verdade... Na verdade sinto uma falta de mim mesmo. Porque desvaneço na ideia de carregar todo o passado Para o meu presente. É que quero sorrir com ele, chorar com ele, sentí-lo presente, Embora seja somente lembrança. By Jahilton Magno 07.03.2015
Lá Fora Aqui Dentro Se te agrada a elipse, O recolhimento fonético A palidez da tua ausência. Se te apraz tatear-te em vão, Buscar tua fragrância, inutilmente, Então, avisa-me que te farás Apenas lembranças dentro em mim: Fecharei os olhos e me darei por satisfeito com as impressões que me restam. 07.03.2017  Jahilton Magno