Qual será a
maior decepção de um homem? Será um termino de casamento? Será uma relação na
qual se acreditava que iria durar por toda uma vida? Será a frustração de não
encontrar o nome numa lista de aprovados de um vestibular ou concurso? Será a
decepção da perda de alguém que tanto tão próximo? Será ver uma pessoa nos
trair, quando na verdade nela foi depositada toda confiança e em quem foram
investidos tempo, dedicação, oração, verdade, sentimento? Qual seria a maior
decepção do ser humano? Talvez muitos poderiam encontrar numa dessas perguntas
a resposta para conceber dentro de si a certeza de que, em uma delas, estaria a
sua.
Lembro-me da
letra da música de Roberto Carlos que nesta manhã muito chamou minha atenção: se chorei ou se sorri, o importante é que emoções
eu vivi. Existe uma verdade nessa letra muito interessante: na vida,
qualquer um, independente do que seja, viva ou faça, vive emoções. Isso não
muda para ser humano nenhum. Sadan Hussein, independente do que tenha vivido,
viveu momentos de alegrias, quando desfrutava, ao lado de seus súditos, grandes
festas e banquetes, muitos deles comemorando batalhas vitoriosas e mortes de
inimigos. Ele viveu a alegria do seu casamento, o nascimento dos seus filhos,
dentre muitas outras emoções vividas intensamente. Por outro lado, também
provou a decepção, a dor e o choro, quando soube da morte desses mesmos filhos.
Ele viveu os dois polos da vida. Experimentou decepção total quando viu os
Estados Unidos mudar os seus planos e, depois de preso, receber a sua sentença
de morte. Enfim, viveu as duas faces da vida: a alegria e o choro.
O apóstolo
Paulo, escrevendo a Timóteo, praticamente chegando ao final da sua vida, disse:
“Combati o bom combate, acabei a
carreira, guardei a fé.” 2 Tm 4.7. Ele, em muitos momentos, chorou, sofreu
decepções, viveu perdas de pessoas queridas, alegrou-se em tantas outras
oportunidades, sorriu em demasiados momentos; combateu o combate da luta
cristã, viveu oportunas e inoportunas experiências, muitas tristes e alegres
sensações que a vida pode oferecer. Mas, ao fim de tudo, disse: guardei a fé.
Sorrir e chorar é inerente à
vida; lutar é inerente à vida; deixar pedaços de si nessa luta é inerente à
vida; chorar e lamentar e sofrer e sentir dor e espantar-se de quando em vez,
ao se perder o domínio das coisas é inerente à vida. Alegrar-se com os êxitos
alcançados, após tantos momentos de abdicação e dedicação, na busca de algo que
se queria alcançar, é inerente à vida; alegrar-se com a vinda de um filho é
inerente à vida; alegrar-se com as companhias de pai e mãe e amigos e esposo
(a), namorado (a) é inerente. Sofrer com perdas e separações, com derrotas e
reveses na vida. Tudo isso é inerente à vida.
Ao longo da
vida, construo amizades, sou atacado por saudades que adentram o coração em
função das partidas. Aprendo com as dores e com os amores; com a vida e com a
morte; com a festa e com o luto; reconheço, em momentos, que erro, e, em
outros, esqueço de fazer o reconhecimento deles. São essas e mais tantas inúmeras
emoções que vivo ao longo da vida, embora em alguns casos nem longa possa ela
ter sido.
Mas entre o
apóstolo Paulo e Sadan existia uma diferença abismal: o fim de tudo, porque o
mais importante não serão as emoções que eu possa viver, mas se o que o que
vivo, vivo-o em Deus. O apóstolo Paulo viveu emoções e experiências as mais
variadas. Por isso, perguntei sobre qual seria a maior decepção do homem. A maior decepção é ter vivido tantas
emoções e experiências e achar que elas foram tão importantes que me façam
perder o sentido de como eu deveria ter vivido e para quem deveria ter vivido.
A lição de Deus mostra que o importante
não é o que vivo, mas como vivo, como ajo e interajo na vida. Para que, ao
final dela, possa dizer como o apóstolo Paulo: ‘Desde agora, a coroa da justiça
me está guardada...’. Não quero chegar no final da minha caminhada e dizer: se chorei ou se sorri, o importante é que
emoções eu vivi. Quero dizer: chorei
sim, sorri sim, sofri, emocionei-me, aprendi, lamentei, deixei pedaços de mim
na batalha, tive minha alma dilacerada em meio às trincheiras, sorri com aquela
bênção, alegrei-me com aquela vitória, mas tudo o que fiz, fi-lo para a glória
de Deus e isso que é o mais importante. Eu chorei e muito chorei, sorri e
demasiadamente sorri e queria sorrir mais ainda, mas o mais importante é que
para Deus vivi.
Reflita eu,
pois, não em minhas alegrias, tristezas, mas para quem estou fazendo tudo isso.
Pense eu que o mais importante é ter vivido sim, mas vivido a vontade Deus.
Posso chegar a ter as mais variadas emoções do mundo, ter ido ao céu ou ao
inferno, ter ficado rico, ou muito pobre, ter vivido as emoções mais intensas
da vida, mas o importante não são as
emoções e as experiências. O importante é saber se todas foram vividas em Deus,
para que, ao final de todas elas, possa eu assegurar em Deus a minha coroa.
Fazer a vontade de Deus é o mais importante.
Em Cristo, que
me ensina que nenhuma emoção fora do trono de Deus e nenhuma experiência fora
da vontade de Deus têm valor de vida eterna.
Jahilton Magno
São Luís, 21.07.09.
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