No dia 29 de março de 2009, o Brasil teve a oportunidade de ver no “Fantástico” mais uma vez, um dos grandes absurdos que envolvem nossa nação. Em pleno centro do país, em Goiás, a merenda chega à escola através de mulas. Parece mentira, porém é pura verdade. Um percurso que chega a durar três dias de viagem. No entanto, as autoridades parecem fechar os olhos para essa realidade.
Na reportagem, foi mostrada a escola – se é que podemos denominar aquilo que foi mostrado de escola, pois a estrutura nos remete a um tempo colonial e jesuítico – onde precariamente as crianças são alfabetizadas. Carteiras quebradas, apenas um pedaço do quadro negro; um ambiente dividido sem paredes para duas classes. Enquanto isso, os salários dos deputados e senadores cada vez mais altos e cada vez mais gozando de regalias.
Um Brasil que parece em nada diferente daquele da era colonial. Os governantes fazendo pouco caso da educação. E a pergunta que não quer calar: Onde se encontra o Ministro da Educação e seus secretários? Onde se encontra o Estado num momento como esse? E quando visitamos o site do Ministério, conhecemos o “Ensino a Distância”. Ironia ou não, mas distância é a única coisa que existe entre o ministério da Educação e a verdadeira necessidade de educação que existe para cada uma daquelas crianças no serrado goiano. Distância é a atitude que o Ministério mantém dessa realidade, que certamente até desconhece. Distância é a realidade que cada criança tem que percorrer cada dia, andando cerca de uma hora para chegar à escola e isso quando não chove. È lamentável, mas é pura verdade.
Fala-se em ensino à distância, em levar educação a todos os cantos do país, a cada brasileiro, por mais longínquo que seja o local onde haja necessidade de educação. Fala-se em levar educação através da TV, da internet, e enfim através de todas as formas de comunicação possíveis e viáveis. Mas, a prática verdadeiramente não condiz com a teoria. Ainda no site do Ministério, encontra-se “Para a educação melhorar, todos devem participar”. Simplesmente é verdade. Agora se todos têm que participar, o primeiro a tomar uma atitude responsavelmente correta é o próprio Estado. Ele tem que ser o primeiro a se envolver, a se comprometer em cumprir o seu papel, diminuindo definitivamente essa distância que existe entre a teoria e prática.
O Estado sim tem que assumir o seu papel, hoje vergonhosamente desempenhado. O sentimento de ira nos toma quando tomamos conhecimento de que fatos como esse ainda acontecem em pleno centro do país. É revoltante, quando nos deparamos com casos como esses, onde as professoras chegam a dizer que o Estado são eles, os educadores. Quando um país tão grande e tão rico como o Brasil chega a essa situação, podemos apenas lamentar e prever que o futuro que nos aguarda não é um dos mais promissores possíveis. O que podemos esperar quando ainda se vive situações como essas em que, não havendo merenda escolar, não há aula? O que podemos esperar se crianças tão pequenas ainda não tiveram a oportunidade de conhecer um carro? O que podemos esperar se em pleno século XXI, existem crianças que necessitam andar mais de uma hora para assistir uma aula e ainda o fazem sem pelo menos ter tomado um café e comido um pedaço de pão?
Sinceramente é vergonhoso para um país como o nosso viver cenas tão brutais, pois, não podemos classificar casos como esses com outro adjetivo. É brutal, é vergonhoso, é lamentável, é deprimente, ridículo, é inadmissível. Quando chegamos a uma situação onde os próprios educadores se autodenominam Estado, apenas o que podemos esperar é futuro sem expectativas, pois, quem mais tem condição e obrigação de fazer não o fazem, simplesmente por omissão e falta de compromisso.
O Brasil ainda está longe de viver uma educação exemplar. O Brasil ainda está longe de diminuir o analfabetismo. O Brasil ainda está longe de acabar com cenas como essas, porque falta atitude, falta querer fazer, falta sentir a dor que os educadores realmente sentem a cada dia daquela realidade escolar quando percebem a ausência de um aluno que não foi assistir à aula porque não tinha no mínimo café da manhã para tomar. O Brasil ainda está longe de mudar, porque o Estado não tem sentimento, não sente em suas entranhas a dor que um educador vivencia quando ele chega para ministrar a sua aula e olha que não tem giz, não tem carteira, não tem um quadro adequado, quando não tem até mesmo alunos.
O retrato do Brasil ainda é esse, onde o Ministério da Educação prega uma educação a distância e onde todos devem participar, mas, que na verdade pratica um discurso totalmente distante da realidade escolar, onde é a área que primeiro ele deve dar o exemplo maior de participação. Queiramos nós, que seja esse um país de todos, onde haja educação, onde sem sombra de dúvidas todos devem ser inseridos, indiscutivelmente.
Escrito em Março de 2009
Jahilton Magno - professor, brasileiro e indignado.
Na reportagem, foi mostrada a escola – se é que podemos denominar aquilo que foi mostrado de escola, pois a estrutura nos remete a um tempo colonial e jesuítico – onde precariamente as crianças são alfabetizadas. Carteiras quebradas, apenas um pedaço do quadro negro; um ambiente dividido sem paredes para duas classes. Enquanto isso, os salários dos deputados e senadores cada vez mais altos e cada vez mais gozando de regalias.
Um Brasil que parece em nada diferente daquele da era colonial. Os governantes fazendo pouco caso da educação. E a pergunta que não quer calar: Onde se encontra o Ministro da Educação e seus secretários? Onde se encontra o Estado num momento como esse? E quando visitamos o site do Ministério, conhecemos o “Ensino a Distância”. Ironia ou não, mas distância é a única coisa que existe entre o ministério da Educação e a verdadeira necessidade de educação que existe para cada uma daquelas crianças no serrado goiano. Distância é a atitude que o Ministério mantém dessa realidade, que certamente até desconhece. Distância é a realidade que cada criança tem que percorrer cada dia, andando cerca de uma hora para chegar à escola e isso quando não chove. È lamentável, mas é pura verdade.
Fala-se em ensino à distância, em levar educação a todos os cantos do país, a cada brasileiro, por mais longínquo que seja o local onde haja necessidade de educação. Fala-se em levar educação através da TV, da internet, e enfim através de todas as formas de comunicação possíveis e viáveis. Mas, a prática verdadeiramente não condiz com a teoria. Ainda no site do Ministério, encontra-se “Para a educação melhorar, todos devem participar”. Simplesmente é verdade. Agora se todos têm que participar, o primeiro a tomar uma atitude responsavelmente correta é o próprio Estado. Ele tem que ser o primeiro a se envolver, a se comprometer em cumprir o seu papel, diminuindo definitivamente essa distância que existe entre a teoria e prática.
O Estado sim tem que assumir o seu papel, hoje vergonhosamente desempenhado. O sentimento de ira nos toma quando tomamos conhecimento de que fatos como esse ainda acontecem em pleno centro do país. É revoltante, quando nos deparamos com casos como esses, onde as professoras chegam a dizer que o Estado são eles, os educadores. Quando um país tão grande e tão rico como o Brasil chega a essa situação, podemos apenas lamentar e prever que o futuro que nos aguarda não é um dos mais promissores possíveis. O que podemos esperar quando ainda se vive situações como essas em que, não havendo merenda escolar, não há aula? O que podemos esperar se crianças tão pequenas ainda não tiveram a oportunidade de conhecer um carro? O que podemos esperar se em pleno século XXI, existem crianças que necessitam andar mais de uma hora para assistir uma aula e ainda o fazem sem pelo menos ter tomado um café e comido um pedaço de pão?
Sinceramente é vergonhoso para um país como o nosso viver cenas tão brutais, pois, não podemos classificar casos como esses com outro adjetivo. É brutal, é vergonhoso, é lamentável, é deprimente, ridículo, é inadmissível. Quando chegamos a uma situação onde os próprios educadores se autodenominam Estado, apenas o que podemos esperar é futuro sem expectativas, pois, quem mais tem condição e obrigação de fazer não o fazem, simplesmente por omissão e falta de compromisso.
O Brasil ainda está longe de viver uma educação exemplar. O Brasil ainda está longe de diminuir o analfabetismo. O Brasil ainda está longe de acabar com cenas como essas, porque falta atitude, falta querer fazer, falta sentir a dor que os educadores realmente sentem a cada dia daquela realidade escolar quando percebem a ausência de um aluno que não foi assistir à aula porque não tinha no mínimo café da manhã para tomar. O Brasil ainda está longe de mudar, porque o Estado não tem sentimento, não sente em suas entranhas a dor que um educador vivencia quando ele chega para ministrar a sua aula e olha que não tem giz, não tem carteira, não tem um quadro adequado, quando não tem até mesmo alunos.
O retrato do Brasil ainda é esse, onde o Ministério da Educação prega uma educação a distância e onde todos devem participar, mas, que na verdade pratica um discurso totalmente distante da realidade escolar, onde é a área que primeiro ele deve dar o exemplo maior de participação. Queiramos nós, que seja esse um país de todos, onde haja educação, onde sem sombra de dúvidas todos devem ser inseridos, indiscutivelmente.
Escrito em Março de 2009
Jahilton Magno - professor, brasileiro e indignado.
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