O feriadão foi de uma correria só. Embora tudo, sobrou-me tempo para ir à cidade de Morros, mais ou menos a uns 100 km de São Luís. Lá tive a oportunidade de conhecer Pedra Grande, uma linda parte do Rio Una, bastante arborizado, local , graças a Deus, preservado da devastação e da poluição; um verdadeiro paraíso ambiental.
A água do rio corre entre as pedras, e a temperatura dela é de causar um conforto tão grande. De quando em vez, os pássaros surgem para dar um retoque de maior beleza ao quadro que se pinta com tanta glória de Deus.
Tudo é tão maravilhoso. O vento que corre é tão gostoso, e a paz que nos toma nos faz esquecer do corre-corre da vida. Jesus disse que basta a cada dia o seu próprio mal. Os dias são assim cheios desse mal da luta, da concorrência, da labuta pela própria vida. E por lá pela beira do rio, com as águas correndo entre as minhas pernas, eu provei do sossego e da terapia que me estava fazendo aquele lugar. Ia me esquecendo do mal diário.
Chamou-me a atenção uma árvore que estava do outro lado da margem. Era uma árvore comum, com mais ou menos um cinco metros de altura. Aparentemente era normal. Mas aí, atentando – e detalhista como sou – percebi que ela estava inclinada quase quarenta graus na direção do rio. Observei mais atentamente e vi que nada a segurava, nem cipós que são tão normais segurarem árvores como aquela, quando elas estão caindo já mortas.
Mas aquela árvore, que naquele momento já era objeto de estudo, nela não havia nada aparentemente externo que a sustentasse naquela posição. E isso me intrigou. Mas o que a sustenta imóvel? – questionei-me. Concluí que suas raízes ainda a seguravam naquela posição e com vida.
Sim, eram as raízes que a firmavam; as suas raízes, além de sustentá-la, ainda lhe concediam vida. As suas raízes, embora a árvore não estivesse na posição normal, continuavam fazendo-a existir e cumprir seu papel dentro do processo a que, pela natureza, ela foi instituída. E servia para construção de ninhos de pássaros. Ou seja ele beneficiava todo o ecossistema.
O que isso tem a ver comigo e a ver contigo? Tudo. Absolutamente tudo. As nossas raízes vão determinar se ainda vamos ficar de pé ou não; as nossas raízes vão nos mostrar até que ponto poderemos suportar as tantas porradas da vida sem cair; as raízes vão mostrar de que material verdadeiramente somos feitos; as nossas raízes vão mostrar até que ponto nossas relações estarão preparadas para suportar passar por crises.
Sim as nossas raízes vão nos mostrar que, em meio a toda essa floresta de turbulência que vivemos, o importante às vezes não é apenas ficar de pé, mas não cair. Se por acaso a vida me bateu de maneira forte, através dos tempos, o importante é que, mesmo inclinado, eu continue tendo vida, já que não é possível mais viver numa posição que antes estava. O importante é que não pareça, mas eu tenho que ser capaz de abençoar outras vidas e beneficiar todos quantos queiram e necessitam de mim, porque eu nasci para isso. Ninhos de vidas de pessoas podem usufruir da minha copa, dos meus galhos e das minhas folhas.
A árvore à beira daquele rio nos ensina que temos que aprender que a vida é mantida pela raiz, pela base, pela estrutura; que é necessário em muitos casos aprender a se adaptar para continuar vivo e desempenhar o papel a que se foi estabelecido.
Onde está tua raiz? Onde está a tua estrutura? Onde está o teu alicerce? A árvore – que é você – só se manterá firme e viva se a raiz estiver sustentando. Mas se a própria raiz não tem profundidade, certamente a árvore vai ceder e cair e morrer.
Minha raiz está em Cristo. Minha estrutura é Cristo. E ainda que eu possa ficar inclinado, impossibilitado de viver como antes, posso continuar vivo porque as minhas raízes vão estar firmes. É Assim que Ele me ensina.
Em Cristo, que me ensina as verdades até pela simplicidade da própria vida,
Jahilton Magno
São Luís, 11.09.09
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