Hoje, a sociedade olha e consegue perceber apenas uma tênue diferença que os separa dos evangélicos. E se hoje essa concepção se dá pelo fato de um estudo não muito minucioso da parte dela, o culpado somos nós os que nos autodenominamos evangélicos. O cristianismo que eles vêem em nós está longe de ser o que Jesus ensina em sua palavra. Essa pouca diferença que percebem entre eles e nós é pura verdade. Achar que não, é não observar o argueiro em nossos olhos; condená-los é farisaísmo. Não reconhecer a inércia da igreja é ignorar a falta de Jesus que existe dentro do nosso meio. Não a falta do Jesus histórico, mas de um Jesus vivo e presente, que muda e transforma caráter e que renova a vida de dia em dia na direção ao alto, ou seja, na busca de uma semelhança com Ele.
Tenho a ousadia de dizer que o que os evangélicos mais dizem de Jesus e vivem de Jesus está longe de ser o que na verdade Jesus é e prescreve como padrão do nosso viver aqui na terra.
Os jovens hoje se vangloriam de não ir a um marafolia, não viverem bebendo em bares, não irem a uma festa de da A ou B de forró e incham-se de que todos os sábados estão no culto da juventude e domingo tanto pela manhã na escola bíblica dominical, quanto a noite no culto de domingo. Alguns se justificam de dar o dízimo e contribuírem na obra.
Mas o cristianismo é muito mais que isso: não adianta eu não estar bebendo ou deixando de ir numa festa de forro ou de qualquer estilo e pegar a minha bíblia e botar debaixo do braço e ir para igreja regularmente, se, no entanto, eu não estou amando e respeitando minha esposa; se não consigo amar de verdade meus filhos, se não estou conseguindo tratar bem meus irmãos, e pais e amigos; se sou um cara que vive dando cheque sem fundo e enrolando o mundo todo.
Cristianismo é muito mais que fazer da igreja um clube onde bato o ponto todos os domingos como obrigação e revejo amigos que pensam como eu.
Cristianismo de verdade é quando diante de uma situação eu percebo que o certo de Deus é o certo que eu tenho que abraçar num momento de negócio, onde às vezes eu posso pensar que ninguém está vendo, e tentar levar vantagem, mas que no fundo eu tenho um censo de verdade e honestidade que só vem de Deus e que eu mesmo sozinho não teria. Cristianismo é o reflexo do poder transformador de Deus no homem e a formação do caráter de Cristo no mesmo.
Cristianismo é isso e muito mais; é deixar-se ser transformado por Jesus e buscar dia-a-dia uma semelhança com o seu caráter e seu comportamento onde num momento alguém me faça um mal e eu o perdoe independente de ele mudar ou não, ou de ele vir a mim reconhecendo que errou contra mim ou não; porque o cristianismo tem que nascer em mim, e não eu esperar que nasça no próximo, pois eu individualmente respondo pelos meus atos; se vai transformar o outro lado eu não tenho que me preocupar com isso.
Agora o fato de o perdão ser uma atitude minha, isso sim tem que acontecer, quando contrariamente a isso o mundo está dizendo que não existe perdão e que tem que ser olho por olho. Quando consigo observar que isso é o evangelho e que o evangelho não é uma troca com Deus, não é um negócio onde faço promessas, e em troca quero que Deus me dê um bom emprego, um carro do ano, uma casa nova com piscina, e etc. como se vê hoje.
Evangelho é andar com Deus; está além dessa compreensão e dessa cosmo-visão; andar com Jesus é um auto-negar-se dia-a-dia.
Com isso não quero dizer que evangelho é alienar-se do mundo; de maneira nenhuma, é andar nEle e compreendê-Lo, sabendo que a ele eu não pertenço , mas estou nele apenas como sal e luz do mundo.
O cristianismo de Jesus não é nem católico nem evangélico porque o cristianismo de Jesus não cabe em um nem em outro.
A palavra evangelho significa boas novas elas não cabem em moldes humanos. Não conseguiria conceber o cristianismo de Jesus dentro desses moldes? Ele caberia? Eu não teria dúvidas de que, se Jesus viesse hoje, ele seria crucificado novamente, porque quem o crucificou pensou que o Cristo vinha da forma como eles desenharam e quando ele extrapolou isso eles não entenderam e o crucificaram chamando-o de louco, herege e que suas obras eram de satanás.
Por fim, diria que, tenhamos a consciência buscada em Deus de conhecer um Cristo verdadeiro e um evangelho verdadeiro e autêntico, despido de legalismos e de falsos dogmas. Porque o cristianismo vivido hoje – não falo de todas as pessoas, pois no meio têm aqueles que o vivem de forma equilibrada e santa -, está longe e ele está insípido. Não estranhemos porque as pessoas não sintam desejo de estar nele. Quando Jesus andava no meio do povo, muitos o seguiam, certos que nem todos o obedeciam, mas uma quantidade enorme o amava e o adorava e o temia porque Ele era simples e humano, cheio de amor e de piedade, cheio de verdade e paixão pelas almas. Esse sim era o verdadeiro cristianismo.
NaquEle, em que o seu vinho é sempre demasiado novo demais para os odres da igreja,
Jahilton Magno
São Luis,
24.07.09
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