“ASSIM FEZ JOSUÉ NAQUELE DIA UMA ALIANÇA COM O POVO, E ALI EM SIQUÉM LHES DEU ESTATUTOS E LEIS”. Josué 24.25
Após o cumprimento da promessa de Deus entre o povo de Israel, ou seja, a tomada da terra prometida, Canaã, e a divisão da terra para cada uma das tribos, Josué conclama o povo para a renovação da aliança que tinham feito com Deus. Nesse momento, Josué lembra o povo dos fatos históricos que sucederam desde o momento da saída do Egito até aquele exato momento. Recorda-os das lutas, das batalhas, do cumprimento da promessa de Deus, dos atos do Senhor durante a peregrinação no deserto, das vitórias nas lutas. Lembra-os do voto que fizeram em servir o Senhor e da necessidade da perseverança.
Josué tem uma atitude de alguém que conseguiu crescer em e através dos atos de Deus na sua própria historia. Ele, mesmo nesse momento de aparente tranqüilidade, nessa conjuntura de vitória e de sucesso, de êxito, não se esqueceu de que o alcance de um objetivo não é o fim em si. Congregou o povo para uma reflexão, para uma análise do que se passou durante todo o tempo da batalha e das lutas travadas no campo da vida e cobrou-lhes uma nova aliança com Deus.
É fácil, quando nos encontramos em situações de aparente frescor, de brisa e acomodarmo-nos, quando na verdade deveríamos estar fazendo avaliações. Quando os nossos olhos estão focados totalmente nas vitórias, repentinamente podemos correr o risco de deixar de perceber que a vitória não é o fim. Os aplausos, as festas, os fogos de artifícios, a bonança (e isso é totalmente normal dentro desse processo, pois o próprio Jesus alegrou-se com discípulos e com eles teve momentos de alegria e descontração) não podem ser sombra sobre os objetivos. Enquanto a vida não termina, qualquer que seja a vitória alcançada em qualquer área da vida é simplesmente uma parte do processo.
Josué não se deixou levar pelo sentimento de oba-oba que verdadeiramente poderia se instalar sobre o povo de Israel, mas encarou o momento de celebração das vitórias como sendo a oportunidade de olhar para frente, fixar novas metas e restabelecer compromissos. Na vida, temos que ter essa atitude, não caindo na armadilha do engano de que finda uma luta findam-se os compromissos. Não: finda-se uma luta, iniciam-se novas etapas e novos compromissos, reerguem-se novos objetivos, reafirmam-se novas alianças.
Josué fez outra coisa maravilhosa: deu ao povo novos estatutos e novas alianças. O povo não tinha aliança nem estatuto? O povo não tinha compromisso? O povo não tinha leis a serem seguidas? Sim o povo de Israel tinha. E a prova de que tinha era a certeza das conseqüentes vitórias que conquistaram ao longo da peregrinação. Chegar àquele momento é a prova de que tinham sim estatutos. Mas Josué deu novos estatutos e alianças. Isso porque o nosso compromisso deve ser renovar dia após dia, vitória após vitória. Melhoras têm que ser feitas, escaladas tem que ser conquistadas e a vitória de hoje não me pode cegar a ponto de perder a consciência de que ainda não terminou a caminhada da vida. E é em Siquém que isso se estabelece.
Siquém foi o primeiro local que Abraão visitou na Palestina (Gn 12:6-7). A pedagogia de Deus é tremenda. Josué estabelece uma nova aliança em Siquém. Lá onde tudo começou, onde Abraão recebeu uma promessa de parte de Deus. É o início, é o primeiro passo, é ponto de partida em busca... É o começo. Sim, isso mesmo que o Senhor fez com Josué e com o povo de Israel. Levou-os a recordar o berço de tudo, o nascedouro da fé, a incubadora que gera vida e acima de tudo, leva-os a saber quem fez a promessa.
Deus não escolheu Siquém por acaso, mas para levar o povo de Israel a dar valor ao passado, e saber que o passado tem significado permanente em nosso presente e que também esquecido ou lembrado pode comprometer o nosso futuro. Deus quer que possamos voltar ao nosso Siquém, onde foi que tudo começou, onde a promessa foi feita, onde o primeiro altar foi erguido em nossas vidas. Onde é o seu Siquém, onde é o teu inicio. Lembremos das palavras do próprio Jesus em apocalipse: Lembra-te de onde caíste... Pratica as primeira obras. A importância de se dar valor à lembrança, do significado que deve ter o passado em nossas vidas. O presente – o compromisso refeito com Deus – e o passado – a memória do Siquém – se fundem no momento do reconhecimento que desde lá até aqui, tem nos conduzido o Senhor.
São verdades bem atuais, que servem para minha e para a sua vida. Reflitamos, pois.
Em Cristo, que me ensina que a vitória é momento de reflexão e de reafirmação de compromisso.
Jahilton Magno
São Luís, 09.10.09
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